Sem saída – Catedral
É um grande barato estarmos fechando mais um ciclo em momento de grande inspiração. A estagnação criativa que se via em aniversários anteriores deu lugar a uma comemoração de 8 anos de banda com diversos projetos em andamento, como novos riffs, novas letras (primando por novas abordagens), enfim, novas músicas, isso tudo com o vigor de quem começa e a maturidade de quem já coleciona experiências.
Basta mover a barra de rolagem para baixo para comprovar as multi-fases e situações experimentadas pela banda para que pudéssemos concluir finalmente que antes de partirmos em busca de um contrato, deveríamos primeiro estar prontos.
Reza a cartilha que toda banda começa na garagem fazendo covers, comparando-se com as outras, especialmente com aquelas que já chegaram lá, algo na linha da frase encontrada em trecho da música “Sonhos” de Caetano: “Tudo era apenas uma brincadeira e foi crescendo...”
Mas, conosco, as coisas não se deram de forma tão casual e despropositada, digamos que estaríamos mais para algo a la “Sem saída” do Catedral: “...vou criar um caminho a seguir, mostrar que eu vou conseguir...” Os propósitos alimentaram o progresso.
Sem sombra de dúvidas uma das melhores facetas que nos revelam é vociferar os valores cristãos através da música, sem o “evangeliquês” como disse o Marcão (Fruto sagrado) em seu comentário, referindo-se às letras de nossa primeira demo – Dezembro de 2003 – quando ainda atendíamos por Encontro Aéreo. São detalhes como este que influenciam o conjunto, dão personalidade à banda e permitem o crescimento.
Ainda dentro das trilhas percorridas pela banda, vale citar mais uma vertente não convencional que torna a sophia coerentemente louca: Nunca tivemos a paranóia de ficar procurando os santos lugares e as santas pessoas para então nos apresentarmos. Já largamos o braço em Assembléias de Deus e em sobrados na Lapa, em ar livre evangélicos e na Casa da Zorra.
“Pois a Bíblia em canto algum monopoliza as coisas a partir dos crentes e não crentes. Aliás, Jesus Cristo encontrou as virtudes basilares do Reino nos de fora...” Leonardo Silva > Mt 8: 5-10.
Talvez o que de melhor poderíamos dizer para traduzir 8 anos de existência é que, em mutantes formações vividas pela banda, em nada alteramos o ponto de partida (os propósitos) e o interesse central (promover a transcendência cristã, rompendo com a hipocrisia através da música). Saber o porquê de existirmos é sempre uma forma de nos mantermos firmes e com inteireza, delimitando passos futuros e entendendo melhor nossa própria trajetória, assim foi/é com a banda, que só subsiste por ter uma causa por qual existir e dela nunca ter se perdido. E lógico, seria muito injusto não fazer referência às pessoas que pela banda passaram, sem a contribuição delas ao longo desses anos tal causa não teria corpo para a realização desse projeto.